quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Valentine's Day e Carnaval em Veneza


Acabei de chegar à minha casa, e minha estadia em Veneza foi bastante agradável. Falo, na verdade, do dia de São Valentim. 


Naquela manhã, fui acordado pelo barulho da porta de meu quarto se fechando e pude ver Itália segurando uma bandeja com café da manhã. Um bem elaborado, vale dizer. Tinha cornettos com geleia, capuccino, além de um raminho de flores azuis, um canudo de papel e, claro, os chocolates.

Buono San Valentino, Áustria-san!

Fiquei admirado com o presente. Itália colocou a bandeja na cama e se sentou ao meu lado. A mesa estava tão bem organizada que parecia um crime tirar qualquer coisa do lugar. Meu espanto, todavia, fez aquele sorriso desmanchar:

_ Vee~ Não gostou? _ Ele indagou tristonho, mordendo um cornetto.

Olhei para ele e ao me deparar com aquela expressão peculiar, acabei deixando escapar uma sutil risada. Aquilo acabou fazendo-o rir também.

_ Eu gostei da surpresa, Itália. Só estou surpreso. _ Servi o capuccino para nós dois _ Danke

O canudo de papel nada mais era do que a partitura da Serenata de Haydn, a qual Itália queria que eu a executasse no piano como presente de Valentine's day. Para isso, tínhamos que ir a um conservatório na cidade. Aceitei, ainda mais porque fazia tempo que eu não tocava um piano.

Terminamos o desjejum e nos arrumamos para ir ao conservatório. O local de destino estava aberto e la estava o piano. Sentei-me, dei uma boa olhada no instrumento e posicionei meus dedos, esperando Itália se acomodar num banco. Quando ele o fez, executei a melodia.



E assim que terminei, Feliciano aplaudiu.

_ Vee~ Obrigado, Áustria-san. Esse foi o melhor presente que eu poderia ter recebido!

A manhã poderia ter terminado ai, mas sabe aquelas vontades que surgem de repente? Aquelas que não se sabe de onde elas vieram nem qual finalidade tem? Pois bem, digamos que eu tive uma dessas.

_ Aceita tocar comigo? _ Perguntei.

Obviamente, Itália ficou surpreso. Pude ver aqueles olhos ambarinos bem abertos, por sinal. Eu disse que ele não precisava se preocupar, uma vez que conhecia o piano melhor do que eu (A realidade é que meu instrumento favorito é uma criação dos irmãos Itália's), e assim começamos a tocar outra melodia: A Serenata de Schubert.

No começo Feliciano se sentiu inseguro e tive que acompanhar seu ritmo, mas depois entramos em sincronia e a melodia seguiu livremente pelos nossos dedos. Fechei os olhos e prossegui nas notas, sinal de que a música realmente me envolvia. Itália também parecia ficar mais a vontade a medida que tocávamos... Embora eu notasse que havia alguma coisa errada.

As últimas notas foram tocadas e quando terminamos, olhei para o lado e notei meu anfitrião estranhamente cabisbaixo. Havia lágrimas fracas em seus olhos e suas mãos estavam trêmulas, o que me deixou um pouco preocupado.

_ Feliciano, está tudo bem?

Ele pareceu voltar a si, enxugou as lágrimas e assentiu sorrindo:

_ Ne, eu tentei fazer surpresa, mas acho que no fim é você que está me surpreendendo. Eee... Como é que consegue fazer isso, Áustria-san? Você também assiste a esses programas que ensinam a fazer surpresas? _ Perguntou, e rapidamente se levantou e passou pela porta para buscar alguma coisa.

Minutos depois, voltou com um lindo ramalhete de flores azuis.

Eram miosótis
Ou ...
"Não se esqueça de mim"

Ergui as sobrancelhas impressionado.

Reza a lenda que um cavaleiro, tentando alcançar uma flor para oferecer para a sua companheira, por conta do peso da armadura, caiu em um rio e se afogou. Triste, sua amada pediu que para onde quer que as águas o levassem, que ele nunca se esquecesse dela.

Outra, essa um pouco menos romântica, conta que Adão deu nome a todas as flores, mas se esqueceu desta. Então, para compensar o esquecimento, deu o nome de miosótis.

_ Áustria-san _ meu anfitrião falou timidamente ao me entregar o ramalhete _ Apesar de tudo, serei sempre o seu Itália, ne?

Aquilo realmente havia me deixado sem palavras. Então era assim que Itália se sentia? Esse era o motivo de suas lágrimas?

"Não-te-esqueças-de-mim".

Deixei o ramalhete no banco do piano e me aproximei do meu antigo tutelado para segura-lhe o rosto.

_ Você não precisa ser "meu Itália" pra eu me lembrar de você, Feliciano. Estarei sempre por perto... Porque você é importante pra mim.

Vi os olhos dele se abrirem mais e sua face corar. Em seguida, para meu espanto, ele se jogou no meu abraço. Senti-me tão estranho que minha única reação foi retribuir e afaga-lhe os cabelos. Em meu porão de lembranças há muitas voltadas para Itália. Boas e más. Todas muito importantes.

_ Eu nunca me esquecerei de você. Não se preocupe quanto a isso. _ Senti-o esconder o rosto na curva de meu pescoço _ Eu realmente fiquei surpreso com o presente. Danke.

Ouvi o riso curto dele antes de voltar a olhar para mim:

_ Mesmo? Eu também fiquei muito feliz com o presente que Áustria-san me deu.

...

Certo, acho que estou dando detalhes demais do dia. ùu

Enfim, quando voltamos pra casa, finalmente dei os chocolates dele. Esqueci de perguntar qual era o significado dos meus chocolates, mas pelo que li no blog de Feliciano, eram tomo chocos. A noite, no entanto, o passeio foi totalmente diferente. Fomos para Bella Vienna e de alguma forma que ainda não consigo explicar, terminei dentro de uma boate. Isso mesmo, uma boate. Isso explicava Itália ter pedido para eu usar trajes mais usuais.

E mais estranho que me ver numa boate foi ter que testemunhar meu anfitrião bêbado... E, como toda pessoa longe da sobriedade, esqueceu-se de uma coisa chamada "limite".

Assim terminou meu Valentine's day.

Quanto ao carnaval, hm... Bem, foi feito um baile de máscaras em Veneza e escolhi a do III Dottore porque as outras pareciam comuns demais. Infelizmente, acabei não aproveitando tanto quanto os outros. Não sei explicar, acho que fiquei tão acostumado à companhia de Itália que acabei cometendo o grave erro de esperá-lo ser liberado dos trabalhos de anfitrião, o que acabou não acontecendo... Ao menos não até o fim das valsas. Resolvi então ir pra casa mais cedo, e me deparei com Sadik e Herakles passeando numa gôndola, mas enfim, isso não vem ao caso.

E para completar, meu chefe me ligou no mesmo dia, mandando-me voltar para Viena para tratar dos assuntos da crise. Ela não está tão séria em minha casa, mas já está causando aborrecimentos e é melhor eu me cuidar se não quiser parar em um hospital. O chamado foi tão urgente que tive que pegar a primeira passagem de volta... E pelo visto vou ficar aqui até as coisas se resolverem. Talvez na véspera do White day eu arranje uma folga, já que preciso providenciar alguns cookies.

Quanto às minhas miosótis, agora elas se encontram em um vaso, ornamentando minha sala de música.

4 comentários:

  1. Kesesesese~ Rodão fisgou um belo dum peixe, hein? 8D Tome conta deste pequeno, se quiser dou aulas de como ser romântico, já que sou awesome e pans.

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  2. Waaa, Austria-san contou tudo! Pensei que não pudesse, já que quando estava escrevendo, Austria-san ficou do meu lado, falando que era feio falar da vida dos outros.

    Ne, se é assim, posso falar da despensa no meu blog?

    E desculpa, meu chefe ficou atrás de mim a festa inteira, falando que eu tinha que dar o meu melhor para conseguirmos mais e mais dinheiro! ç__ç

    Queria que Áustria-san ficasse mais tempo em casa. (Off: *Insira o emoticon do cacto no fim da frase.* /apanha)

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  3. Que fofinho *---------*

    Tenho certeza que você cuidará bem do Ita, jah que jah faz isto a tanto tempo *-*

    Desejo muitas felicidades para vcs ♥

    E as histórias sobre as rosas foram lindas

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  4. Prússia: ... *Cora* Do que você está falando, obaka-san? ù///u

    Itália: Não. Não pode falar ò///o E quando eu disse que era feio falar da vida dos outros, estava me referindo a alguns detalhes que não gosto de ficar expondo. Enfim... Seria bom ter ficado um pouco mais em sua casa.

    América: ... Por que você está falando como se... *Cora* Deixe pra la. ù///u

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